sábado, 2 de setembro de 2017

Piscicultura em tanques-rede fomenta a economia na região de Tucuruí-Pa

Proprietário Gilberto Vaz (foto), produtor local que desenvolve projetos na área, gerando emprego, incentivando o consumo de pescado, a preservação ambiental e contribuindo com os objetivos das Unidades de Conservação (UC). FOTO: ASCOM / IDEFLOR DATA: 01.09.2017 TUCURUÍ - PARÁ.

Pará (PA) - O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio) incentiva o desenvolvimento socioprodutivo de piscicultura em tanques-rede, no Mosaico do Lago de Tucuruí, por meio da pesca e da aquicultura, que servem de fomento à economia da região. Uma prova disso é o Projeto “Piscicultura Paraíso”, uma área aquícola gerenciada por Gilberto Vaz, produtor local que desenvolve projetos na área, gerando emprego, incentivando o consumo de pescado, a preservação ambiental e contribuindo com os objetivos das Unidades de Conservação (UC).

A piscicultura garante a melhoria da qualidade do peixe destinado ao consumo humano, devido aos cuidados com alimentação, controle das taxas de crescimento e das propriedades da água onde as espécies são criadas. A prática possibilita também, investir na criação de espécies que estão ameaçadas de extinção, contribuindo para a preservação da diversidade da fauna, gerando renda ao pequeno e médio produtor, usando um modelo de trabalho sustentável.

A “Piscicultura Paraíso” teve início em 2007, com a implantação de apenas 42 tanques-rede de fabricação do próprio produtor, sendo voltado para o cultivo de pirapitinga. Atualmente, o projeto conta com 160 tanques instalados, com uma produção anual de 200 toneladas de peixe por ano, dentre eles o piau açu, matrinxã, caranha e tambaqui. Após dez anos em atividade, o empresário ainda carrega o título de pioneiro da piscicultura em tanque-rede no Lago de Tucuruí, e hoje está entre os maiores produtores de matrinxã em tanque-rede do Brasil.

Com a produção, Gilberto Vaz abastece os municípios de Tucuruí, Breu Branco, Tailândia, Baião, Cametá, Mocajuba, além das feiras de pescado promovidas na região, garantindo peixes de qualidade à população.

Segundo ele, a conservação das espécies é beneficiada quando a produção é feita dentro de uma Unidade de Conservação. “A criação de peixe em tanques-rede é uma atividade com alto apelo ecológico, pois respeita os limites do ambiente aquático, uma vez que a perda do equilíbrio deste ecossistema acarreta imediatamente reflexos negativos na produção", contou.

FOTO: ASCOM / IDEFLOR DATA: 01.09.2017 TUCURUÍ - PARÁ.
Apesar de ser beneficiado com a cessão de uso de águas públicas, o produtor afirma que é necessário um arranjo institucional local, social e econômico, além do desafio de produzir em larga escala espécies de peixes pouco utilizados neste sistema de produção. “Hoje em dia, o desafio de conter a pesca predatória no Lago de Tucuruí ainda é umas das grandes missões que o Ideflor-Bio, junto com outros órgãos ambientais, vem encarando. Somos incentivados a seguir nosso trabalho e estar cada vez mais adaptados a este meio”, disse.

Outro desafio a ser vencido pela atividade de piscicultura em tanque-rede é o processo de licenciamento ambiental, que graças à gestão participativa e atuante da Gestão do Mosaico de Unidades de Conservação Lago de Tucuruí, desenvolvida pela Gerência da Região Administrativa do Lago de Tucuruí (GRTUC), do Ideflor-Bio, tem nesse pleito uma prioridade que já vem sendo trabalhada junto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).

De acordo com a gerente da GRTUC, Mariana Bogéa, a construção de uma normativa específica para o Lago já é meta dentro do Plano de Ordenamento dos Recursos Pesqueiro e Aquícola do Mosaico Lago de Tucuruí e tem suas discussões bastante avançadas no que se refere ao tema. “Entendemos que estabelecer procedimentos que incentivem a produção, aliados à conservação do meio ambiente, é papel dessa gestão. Queremos ver o Lago de Tucuruí preservado, mas também produtivo”, contou.

“Nós acompanhamos de perto o trabalho do Gilberto, que é de grande importância, pois essa atividade gera emprego e ajuda a desenvolver o setor na região. Dentre as atividades de aquicultura, do Plano de Ordenamento, está exatamente o fomento à piscicultura, que se encaixa perfeitamente como exemplo deste trabalho dá certo”, concluiu Mariana.

Ao adquirir o pescado oriundo da piscicultura, o consumidor, além de apoiar produtores rurais da região, tem a garantia de que vai consumir um produto de boa qualidade, pois a qualidade ecológica da água é constantemente monitorada. Os peixes gerados na piscicultura possuem exatamente os mesmos nutrientes essenciais que o peixe capturado no rio ou no mar. A aquicultura sustentável preza pela produção lucrativa associada à conservação do meio ambiente e dos recursos naturais, promovendo o desenvolvimento social.

FOTO: ASCOM / IDEFLOR DATA: 01.09.2017 TUCURUÍ - PARÁ.
O Mosaico Lago de Tucuruí é o primeiro Mosaico de Unidades de Conservação constituído no Brasil, tendo sido criado em decorrência da mobilização dos moradores locais, em função dos impactos ambientais e socioculturais causados pela implantação da primeira grande Usina Hidrelétrica na Amazônia, a UHE Tucuruí, responsável pela produção de 10% da energia do Brasil e também a maior geradora de renda da região. O Mosaico foi criado por meio da Lei Estadual n° 6.451 de abril de 2002 e é composto por três Unidades de Conservação: a Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago de Tucuruí e as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Alcobaça e Pucuruí-Ararão.

FOTO: ASCOM / IDEFLOR DATA: 01.09.2017 TUCURUÍ - PARÁ.
Mais fotos: www.agenciapara.com.br.


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