quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Cientistas apresentam sugestões para manejo da pesca

Ministério da Agricultura prometeu liberar recursos para a pesquisa marinha esperados a mais de um ano.


Brasília (DF) - O secretário nacional da Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimente, Dayvson Franklin de Souza, recebeu um documento assinado por 27 cientistas pesqueiros, com sugestões e reivindicações para o aprimoramento da pesquisa e da gestão pesqueira no Brasil.

A carta é dirigida aos ministros Blairo Maggi (Agricultura) e José Sarney Filho (Meio Ambiente), responsáveis pela gestão dos recursos pesqueiros no país. O encontro ocorreu no escritório da Oceana, em Brasília. Na reunião, o secretário adiantou que os recursos para a realização dos projetos de pesquisas para subsidiar o ordenamento da pesca marinha, selecionados e contratados pela chamada CNPq há mais de um ano, serão liberados.

No documento apresentado pelos cientistas, representando 14 universidades brasileiras, além do Instituto da Pesca de São Paulo e a Oceana, está um conjunto de reivindicações para garantir a gestão da pesca com base científica. Os cientistas chamam a atenção, também, para a necessidade de medidas imediatas para reverter a situação de sobrepesca e de ameaça de um conjunto de espécies marinhas no país. Um dos pedidos é a garantia de continuidade dos projetos de pesquisa selecionados que ainda não tiveram os recursos liberados. Esses projetos serão a principal fonte de subsídio técnico gerados pelos Subcomitês Científicos, garantindo o bom funcionamento dos Comitês Permanentes de Gestão (CPGs) criados, mas não totalmente implementados pelo governo.

Segundo a Engenheira de Pesca e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Flávia Lucena, é fundamental recolocar a gestão pesqueira nos trilhos. “Queremos garantir a exploração sustentável dos recursos da pesca, valorizando a pesca como atividade e os recursos como riqueza natural”. Lucena entende que a liberação dos recursos para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa é muito importante, porque serão esses estudos que poderão subsidiar e qualificar as decisões dos CPGs.

Dados e estatísticas

Para os pesquisadores, a sistematização e análise dos dados pesqueiros no Brasil é também um ponto crucial para a qualificação da gestão. Na carta aberta entregue ao secretário, esses pesquisadores afirmam que isso só será possível com a consolidação de uma rede de pesquisas de longa duração e com a implantação de um Plano Nacional de Monitoramento Pesqueiro, um sistema de coleta e sistematização de dados e estatísticas – captura e esforço, áreas e épocas de pesca, preço de primeira comercialização, e outras informações que são obtidas através de mapas de bordo, mapas de produção, programa de rastreamento das embarcações por satélite (PREPS) e observadores de bordo. E, é claro, que é absolutamente necessário que o MAPA e o MMA disponibilizem essas informações para fins de pesquisas.

O professor Paulo Travassos, coordenador do laboratório de ecologia marinha da UFRPE, também presente no encontro, reforçou essa necessidade. “Além da liberação dos recursos, que são muito importantes para as pesquisas, precisamos produzir e ter acesso aos dados de pesca, retomando os levantamentos dos desembarques que estão paralisados desde 2008”, diz.

Dayvson de Souza reafirmou a importância de estabelecer uma parceria sólida com a comunidade científica e pediu um prazo maior para reorganizar o setor pesqueiro. “Estou completando três semanas como secretário e já destravamos muitas coisas. Em relação a esse tema das informações, vocês têm um aliado na secretaria da pesca”, disse. “Vejo com preocupação a situação atual. Acho importante que se reorganize esse sistema de coleta de dados porque não é possível tomar decisões sem as informações necessárias”, argumentou. O Secretário mostrou-se preocupado também com a situação do PREPS que, segundo ele, está à beira do colapso. “O peixe é um recurso público, é de todos. Nós precisamos ter essas informações, o país precisa saber onde está a sua riqueza”, concluiu.

Monica Peres, da Oceana, considera que muitas das informações necessárias já existem, mas não estão sendo utilizadas. “As informações dos mapas de bordo, dos desembarques, do PREPS, por exemplo, são fundamentais para gerar as bases científicas para uma gestão qualificada da pesca, e elas precisam estar disponíveis de alguma forma”, defende.

No encontro, o secretário da pesca adiantou, também, que as Portarias nomeando os representantes em cada CPG serão publicadas ainda esse ano e a partir daí será definida uma agenda de reuniões, conforme a disponibilidade de recursos do ministério.


Crimes ambientais ameaçam quelônios

Período de reprodução na Amazônia registra menor desova dos últimos anos. Monitoramento é feito pela população ribeirinha e pelo ICMBio.


Amazonas (AM) - A população de quelônios na Reserva Extrativista do Médio Juruá, a cerca de 800 quilômetros de Manaus, no Amazonas, está entrando em declínio. Ainda não há um estudo para apontar as causas, mas a situação já é considerada alarmante. O alerta é do gestor da Resex, Manoel Lima. Para ele, a principal causa é a captura ilegal das tartarugas e tracajás para serem vendidos. “É um crime ambiental que parecia quase extinto, mas está voltando com força e justamente em época de reprodução”, afirma.

O monitoramento e o manejo dos quelônios ao longo do rio de quase 60 quilômetros são feitos pelos próprios ribeirinhos, treinados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Com o apoio do instituto, três fiscais acompanham a desova das tartarugas, que vai de agosto a outubro. Mesmo sem poder para prender os infratores ou confiscar os animais, sua presença nas áreas, dia e noite, contribui para inibir a ação dos criminosos ambientais. “Nosso trabalho é conscientizar, dialogar com eles e mostrar que é crime.  Os infratores que não colaboram, soltando as tartarugas capturadas, são denunciados à polícia”, esclarece Cunha.

O manejo requer cuidados especiais devido à ação de predadores naturais, como peixes e jacarés. Após a eclosão dos ovos, os ribeirinhos recolhem os filhotes e durante os primeiros quinze dias de vida eles se desenvolvem em tanques apropriados. “O cheiro forte de ovo e a fragilidade ao nascerem os tornam presas fáceis. Precisamos esperar que eles cresçam para que o casco fique duro e se tornem mais rápidos para fugir dos predadores”, afirma Manoel.

O gestor da reserva, nomeado há pouco mais de dois meses, percorre diariamente os tabuleiros (praias fluviais) onde tradicionalmente as tartarugas desovam, demarcando as covas e afugentando os pescadores infratores. “Teve ano em que foram identificadas mais de 800 covas nos tabuleiros do Médio Juruá. Esse ano não passaram de 170 até agora”, avalia. Segundo ele, em uma das ocorrências foram constatadas 18 tartarugas capturadas ilegalmente para o abate clandestino. “Nessa época, além das redes de pesca, os quelônios são apanhados diretamente nos bancos de areia, impedindo a desova”.

A Resex do Médio Juruá tem uma área de cerca de 280 mil hectares e abriga 480 famílias. Organizados em 43 comunidades ribeirinhas, vivem principalmente da pesca manejada do pirarucu e da venda da farinha. 


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Conheça o peixe que resiste a venenos e 'atentados'


Em uma caverna escura em Tabasco, no sul do México, vive uma comunidade de peixes molinésias. Nada muito fora do comum, se não fosse o fato de que a caverna é envenenada com o gás tóxico sulfito de hidrogênio.

Os peixes desenvolveram uma serie de adaptações notáveis para lidar com esse meio escuro e tóxico. Ainda por cima, precisam escapar de tentativas de envenenamento causadas por humanos.

As molinésias de Tabasco parecem estar se tornando uma espécie distinta. Isso pode parecer estranho, já que nada os separa fisicamente dos peixes que vivem em lagos fora da caverna. O principal motivo para ficarem onde estão é que na entrada da caverna vive um predador perigoso.

Ar tóxico

A caverna se chama Cueva del Azufre - literalmente, Caverna do Enxofre. É alimentada por uma série de riachos e nascentes, que formam diversos lagos em seu interior. Em cada um deles há centenas ou milhares de peixinhos. Uma angra flui da caverna e ajuda a formar o leitoso riacho El Azufre, que percorre meros 1,5km antes de mergulhar em uma cachoeira no Rio Oxolotan.

Depósitos naturais de petróleo e atividade vulcânica na área fazem com que a água seja rica em sulfureto de hidrogênio, um gás venenoso que também contamina o ar da caverna. Na verdade, o ar é tão tóxico em partes da caverna que pesquisadores precisam usar máscaras e roupas especiais. Sem elas, haveria uma imediata sensação de ardência nos olhos e na garganta. Em apenas dois minutos, perderiam o senso de olfato e teriam dificuldades para respirar, perdendo a consciência. Estariam mortos em 48 horas.


Não é apenas o ar que está envenenado. Na água, os peixes estão expostos a concentrações de sulfureto 50 vezes maiores que as consideradas tóxicas para espécies aquáticas. Há menos oxigênio que o normal.

A maioria das formas de vida estaria morta em minutos, mas as molinésias se mantêm intactas. Como?

Adaptações

À primeira vista, não há nada especial nos peixes. Eles são encontrados em abundância na América Central, onde vivem em riachos e córregos. Por isso, os biólogos ficaram chocados quando encontraram as molinésias vivendo na caverna. Para começar, eram os únicos espécimes neste tipo de habitat. A maior surpresa foi ver um peixe sobrevivendo em um ambiente tão inóspito.

Michi Tobler, cientista da da Universidade do Estado de Kansas (EUA), passou décadas estudando as molinésias. Ele acredita que os peixes tiveram que adaptar hábitos e genes para aprender a sobreviver. "Eles evitam a inalação de muito sulfureto de hidrogênio ao respirar diretamente na superfície da água. Esse comportamento compensatório aumenta sua habilidade que adquirir oxigênio e provavelmente minimiza o consumo do sulfureto".


As pesquisas de Tobler mostraram que a respiração na superfície da água é crítica para a sobrevivência dos peixes. Sem ela, eles morrem. Mas assim como limitam a entrada de toxinas em seu organismo, os peixes também conseguem filtrar o sulfureto uma vez que ele está em seus sistemas.

O gás é mortal porque ele desativa a produção de energia nas células ao interferir com proteínas. Para evitar esse apagão os peixes forçam seu metabolismo a entrar em modo anaeróbico - um método de produção de energia que não envolve oxigênio, mas é menos eficiente.

Problemas

Quando Tobler e seus assistentes analisaram o DNA dos peixes na caverna descobriram que, em comparação com os "primos" de água mais fresca, as molinésias aumentaram a quantidade de genes envolvidos no "combate" ao gás tóxico. Ou seja: eles desenvolveram uma forma de neutralizar as toxinas.

Mas os problemas das molinésias não se resumem a gases tóxicos. O ambiente é tão extremo que pouquíssimos outros animais aguentam o "tranco" de viver na caverna. Isso significa que há menos alimento disponível para os peixes, que precisaram reduzir seu gasto energético.

Seus corpos perderam a pigmentação, algo que não era realmente necessário no ambiente escuro da caverna. Ao mesmo tempo, desenvolveram olhos menores e menos sensíveis que os "primos" vivendo do lado de fora e um detector de pressão nos lados de seu corpo para identificar distúrbios na água. Eles têm ainda uma maior densidade de papilas gustativas.

Para aumentar a capacidade de absorção de oxigênio, as molinésias da caverna têm cabeça e guelras maiores. Mas seus cérebros são menores, possivelmente como forma de conservação de energia.


Mas a vida na caverna também mudou o comportamento dos peixes. As molinésias da caverna têm uma dieta diferente de seus antepassados. Alimentam-se da película de bactérias e de insetos em vez de algas. Como consequência, suas mandíbulas e intestinos mudaram.

As molinésias também são menos agressivas que os espécimes de água fresca. Isso pode ser explicado pelo fato de que agressividade tem alto custo energético e não é recomendável quando os recursos são limitados.

Os peixes da caverna também mudaram os hábitos reprodutivos. Fêmeas de molinésias preferem machos maiores, mas enquanto os espécimes da superfície podem enxergar os machos, na caverna as coisas são mais difíceis.

Por isso, os peixes usam os sensores laterais para avaliar o tamanho dos possíveis parceiros - quanto maior a perturbação na água, maior o macho. As fêmeas da caverna também produzem menos filhotes, embora maiores que os equivalentes dos espécimes ao ar livre - peixes maiores resistem melhor ao veneno.


Se não bastassem todos os problemas impostos pela natureza, as molinésias da caverna precisam ainda lidar com a população de humanos tentando envenená-las todos os anos, como parte de um ritual religioso.

Em uma cerimônia criada para pedir chuva aos deuses, a tribo Zoque, do sul do México, vai até as cavernas e joga na água folhas contendo uma pasta feita de inhame mexicano. Os peixes afloram e os Zoque os levam para casa para o jantar.

A raiz contém um veneno para os peixes, chamado rotenone, que é um poderoso anestésico. Mas nem todos os peixes são afetados, e alguns desenvolveram resistência à droga. E a equipe de Tober descobriu que os peixes sobreviventes conseguiram passar a habilidade para as gerações seguintes. E a proporção de peixes resistentes aumentou.

As molinésias da caverna especializaram-se de tal forma em sobreviver no ambiente inóspito que criaram uma distinção genética das espécies em água fresca, mesmo vivendo a apenas metros delas. E as variações ocorrem até mesmo entre os peixes vivendo na caverna, por conta da diferença de luminosidade e no nível de sulfureto.


Mas isso é um mistério porque as piscinas das cavernas são conectadas umas às outras e sua água flui para o lado de fora. Não há barreiras físicas separando um peixe do outro, nada impedindo que se misturem. A reposta para o mistério pode estar na presença de um terrível predador: os besouros aquáticos, que atacam as molinésias tanto do lado de fora quanto nas cavernas.

Pesquisadores descobriram que os peixes dos dois lados ficam mais vulneráveis aos besouros se saem de seus respectivos habitats. Isso separa as populações. É apenas mais uma razão para admirar um pequeno peixe vivendo com enormes problemas...

Fonte: www.bbc.com.

sábado, 24 de setembro de 2016

Como o salmão em cativeiro adquiri a cor característica da sua carne?

A BBC Brasil foi atrás de responde essa pergunta!


Dizer que o salmão é de cor salmão é uma obviedade – ou não é?

O salmão que viver em seu habitat natural se alimenta de crustáceos que vão pigmentando naturalmente a sua carne até chegar à cor entre o alaranjado e o rosa tão particular. Porém, isso não ocorre com os salmões em cativeiro, pois muitos criadores, para reduzir seus custos, não alimentam seus peixes com crustáceos, no qual apresentam a de carne cinza. 

Para que o salmão em cativeiro adquira sua coloração característica da carne, os piscicultores alimentam o salmão com produtos sintéticos que "tingem" sua carne de forma artificial.

É importante ressaltar que o uso deste corante é inofensivo para a saúde humana, segundo autoridades sanitárias dos EUA e da União Europeia, sendo essa uma saída economicamente viável e interessante.

Assista ao vídeo informativo disponibilizado na BBC Brasil AQUI.

Fonte adaptada: www.bbc.com/portuguese.

Cientistas desvendam o misterioso zumbido dos 'peixes cantores'

Quando donos de navios escutaram um zumbido submarino grave e monótono na Califórnia dos anos 1980, a princípio pensaram se tratar de bombas de esgoto, experimentos militares e até extraterrestres.


O curioso som noturno era, na verdade, o chamado de acasalamento de peixes do gênero Porichthys - um peixe-sapo que se esconde sob a areia durante o dia e flutua logo acima dela à noite.

Mas a explicação de por que o canto só era ouvido pela noite permanecia um segredo biológico que só agora os cientistas conseguiram desvendar.

Para achar as respostas, os pesquisadores das universidades americanas de Cornell e Yale fizeram experimentos com os peixes em laboratório - as conclusões foram detalhadas na publicação científica Current Biology.

Segundo eles, o zumbido ritmado e constante dos Porichthys é controlado por um hormônio que também regula o sono e o relógio biológico em diversos seres vivos, inclusive nos humanos - a melatonina.

Para ilustrar essa relação, os pesquisadores primeiro mantiveram os peixes sob luz constante - essa ação praticamente quase suprimiu o zunido dos animais.

Mas quando os cientistas administraram um substituto da melatonina aos peixes, eles voltaram a "cantar", porém em horas aleatórias e de forma desritmada.

"A melatonina age como um sinal verde para o canto noturno dos Porichthys", disse o coordenador da pesquisa, Andrew Bass, do Departamento de Neurobiologia e Comportamento da Universidade de Cornell.

'Peixes cantores'


Bass conta que, embora o canto dos Porichthys já fosse conhecido antes, o interesse nessa espécie aumentou a partir de um estudo de 1924 de Charles Greene, que se referiu a eles como "peixes cantores".

"Descobrimos que as fêmeas também podem emitir sons, mas apenas os machos territoriais é que constroem ninhos, e produzem o zunido para atrair as fêmeas para esses ninhos", disse o pesquisador.

Limitar o seu canto à noite provavelmente traz benefícios para os peixes - a serenata noturna pode pegar as fêmeas em seu momento mais receptivo, ou quando há menos chance de ser ouvida por um de seus predadores.

O estudo também sugere que melatonina pode ter um papel fundamental em todo o gênero vertebrado.

Identificar um peixe com comportamento tão intrinsecamente ligado ao relógio biológico indica que esse circuito cerebral evolui desde os nossos ancestrais aquáticos mais primitivos.

"Nosso estudo mostra que os peixes cantores podem ser um modelo útil para estudar hormônios e comportamentos de comunicação vocal relacionados à reprodução em diversas espécies de vertebrados", disse Ni Feng, de Yale.

Fonte: www.bbc.com.


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Projeto desenvolve levantamento de custos para produção de ostras em Santa Catarina

O município de Florianópolis sediou o primeiro painel sobre ostras do País


Santa Catarina (SC) - O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), promoveu nesta semana o projeto Campo Futuro desenvolvido, em âmbito nacional, pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O município de Florianópolis sediou o primeiro painel sobre ostras do País. A aquicultura entrou no projeto em 2014 e, até o momento, foram promovidos 27 painéis em todo o Brasil nos quais foram trabalhadas tilápia, peixes redondos, pirarucu e camarão.

O Campo Futuro disponibiliza informações estratégicas para facilitar a tomada de decisões do produtor rural, mediante o acesso a um completo banco de dados do setor agropecuário, com a evolução sistemática dos custos de produção e da rentabilidade das principais atividades agrícolas e pecuárias e da publicação Ativos do Campo.

O projeto é desenvolvido por técnicos da CNA e da EMBRAPA. Os produtores rurais aprendem, de forma prática, a elaborar o orçamento e o custo de produção da sua atividade, além de utilizar instrumentos para o gerenciamento de riscos de preços, como derivativos agropecuários ou de produção e o seguro rural.

O superintendente do SENAR/SC Gilmar Antonio Zanluchi esclareceu que a metodologia do painel consiste na definição da propriedade típica da ostra. A qual se refere à realidade mais comum da região e de um determinado produto, considerado no estudo. Um grupo formado por técnicos e produtores conhecedores da realidade local se reúne para construir um sistema de produção mediante um debate aberto. “Juntos, eles montam uma planilha de custos de insumos e receita da faixa mais representativa da produção de cada município”, finalizou Zanluchi.

Durante o painel foi desenvolvido o levantamento de custos de produção de ostras com base no preenchimento de uma planilha em conjunto com produtores, professores e técnicos da área. A metodologia utilizada foi a de custo operacional efetivo, operacional total e custo total. “Com essas informações a CNA consegue levantar os principais aspectos que pesam na rentabilidade do produtor e realizar ações junto ao legislativo e executivo em Brasília, tentando sanar os problemas identificados”, esclareceu a assessora técnica da Comissão Nacional de Pesca da CNA, Lilian Figueiredo.

Também participam do projeto a FAESC, os Sindicatos Rurais, o SENAR, a EPAGRI e a EMBRAPA. “Os dados coletados também são direcionados para ações da Embrapa, nas questões de pesquisa e transferência de tecnologia do setor”, acrescentou Lilian.

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, esses indicadores têm como base os levantamentos de dados - chamados de painéis - realizados nos municípios representativos na produção agropecuária. “Depois, é feito o acompanhamento mensal dos preços dos insumos e dos custos de produção nessas localidades”, explicou Pedrozo.


SENAR/MS promove 1º Workshop de Piscicultura com foco no fomento à produção local

O evento é gratuito e oferecerá informações sobre manejo básico e nutrição alimentar de peixes tropicais, com visita ao laboratório de produção de alevinos existentes na propriedade


Mato Grosso do Sul (MS) - Uma das vertentes da metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial do SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural é a piscicultura de confinamento. Com cerca de 80 produtores atendidos em cinco municípios do estado, o programa tem objetivo de fomentar a produção por meio da melhoria no processo de gestão do sistema produtivo e da reestruturação dos empreendimentos existentes.

No próximo dia 17 de setembro, das 8h às 12h , será realizado o 1º Workshop do ATeG Piscicultura, na fazenda Forquilha, saída para Três Lagoas. O evento é gratuito e oferecerá informações sobre manejo básico e nutrição alimentar de peixes tropicais, com visita ao laboratório de produção de alevinos existentes na propriedade.

Desde 2015, a equipe técnica atua na reorganização da atividade, atendendo atualmente os municípios de: Campo Grande, Jaraguari, Dourados, Laguna Carapã e Ponta Porã. Mato Grosso do Sul registra uma produção anual de 5,6 mil toneladas de peixe, segundo informações do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e ocupa a 16ª colocação no ranking nacional.

Na avaliação do coordenador do programa, Pedro Bigaton, o evento oferecerá informações atualizadas, além de possibilitar a troca de experiências para produtores e interessados em iniciar a atividade. “Nosso objetivo ao realizar o workshop foi de divulgar o trabalho que o Senar/MS vem desenvolvendo no Estado e mostrar a viabilidade do negócio, seja como atividade principal ou como alternativa consorciada”, destaca.

O presidente do sindicato rural de Campo Grande, Ruy Facchini, acredita que a iniciativa atenderá a demanda de um setor que possui uma alta potencialidade de produção. “A piscicultura gera diversificação de renda e empregos no campo, por isso é fundamental o apoio técnico oferecido pelo Senar/MS. Acredito que é uma ótima oportunidade de conhecimento para os produtores que atuam ou querem começar a produzir”, reforça.

Serviço – O 1º Workshop do ATeG Piscultura acontecerá no dia 17 de setembro (sábado), das 8h às 12h, na Fazenda Forquilha, BR262, KM299, saída para Três Lagoas. Informações ou inscrições devem ser efetuadas no SENAR/MS, pelo telefone (67) 3320-6900.


Inserção da Aquicultura no Agronegócio



Data: 05 DE OUTUBRO DE 2016 .

Horário: Das 8H30 às 17H30.

Local: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) - SGAN Quadra 601 Módulo K Ed. Antonio Ernesto de Salvo - Brasília, DF.

Inscrição gratuita: www.cnabrasil.org.br.

Armadilhas monitoram sedimentos em Abrolhos

Dados coletados pelos equipamentos instalados no fundo do mar servirão para identificar a presença ou não de resquícios da lama da mineradora Samarco no ambiente recifal


Brasília (DF) – Gestores do Parque Nacional Marinho (Parnamar) de Abrolhos e da Reserva Extrativista (Resex) de Cassurubá, unidades de conservação administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no litoral sul da Bahia, concluíram a instalação de seis armadilhas no fundo do mar ou ambientes recifais das unidades.

O objetivo é monitorar a chegada de sedimentos da lama da mineradora Samarco na área recifal do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos e na zona de amortecimento da Resex Cassurubá. Passados dez meses do acidente na barragem em Mariana (MG), os rejeitos ainda se espalham. A região é conhecida por abrigar a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.

Segundo o chefe do Parque de Abrolhos, Fernando Repinaldo, as armadilhas permitirão a análise geoquímica dos sedimentos e, consequentemente, a identificação de sua origem. A instalação foi feita pela equipe das duas unidades de conservação com a colaboração da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Caravelas (BA) e da ONG Conservação Internacional.

Dois locais

ARMADILHA

As seis armadilhas foram instaladas nos dois polígonos que formam o Parque Nacional (I- Arquipélago e Parcel dos Abrolhos e II- Recife das Timbebas) e na zona de amortecimento da Resex Cassurubá (Coroa Vermelha).

As análises geoquímicas para identificação da origem dos sedimentos serão feitas no Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), após um período de cerca de três meses, para as primeiras análises conclusivas.

“A partir dos resultados revelados nas amostras, as próximas etapas podem envolver autuação à empresa por danos causados às UCs na região dos Abrolhos. O monitoramento deve ser repetido enquanto houver chegada de lama no mar”, destaca Repinaldo.

"Além de avaliar a taxa de sedimentação e composição nos parcéis, espera-se que as amostras colhidas revelem se os sedimentos advém da queda da barragem da mineradora Samarco, da dragagem de Caravelas e de outras origens”, explica João Thomé (Joca), coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas (Tamar), do ICMBio.

Entenda a técnica

A técnica de medição da mineralogia se dá por meio de amostras coletadas por armadilhas de sedimento instaladas a diferentes profundidades do ambiente recifal/marinho. Desenvolvidas pelo Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg), da UERJ, as armadilhas visam coletar amostras cujas análises geoquímicas (dos sedimentos) encontrados em Abrolhos serão comparadas com aquelas da Foz do Rio Doce. O pesquisador Heitor Evangelista é um dos coordenadores do Laramg-UERJ.


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Manual aborda conservação dos quelônios da Amazônia

Texto é resultado do trabalho conjunto do ICMBio, Ibama e instituições de pesquisa. São nove capítulos que tratam dos mais diferentes aspectos da preservação desses animais



Brasília (DF) - O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ibama acabam de publicar o manual técnico Manejo Conservacionista e Monitoramento Populacional de Quelônios Amazônicos. O documento trata dos aspectos metodológicos para conservação e monitoramento desses animais e traz informações sobre educação ambiental e participação das comunidades locais no processo.

Resultado do trabalho conjunto do ICMBio, Ibama e importantes instituições de pesquisa e conservação, a obra atualiza métodos e orientações técnicas empregados na conservação dos quelônios amazônicos, tornando-se referência para servidores, pesquisadores e estudantes, entre outros potenciais interessados.

Quelônios são os chamados animais com casco. Na Amazônia, são encontradas 17 espécies, entre elas, tartarugas, cágados, iaçás, tracajás e jabutis.

Os nove capítulos do manual mostram o nível em que se encontra o conhecimento relativo à conservação dos quelônios amazônicos no Brasil, a história natural e a biologia dessas espécies, questões relacionadas ao envolvimento comunitário e as ações do planejamento ao preparo das áreas de reprodução, passando pelo monitoramento nos locais de desova até o manejo dos filhotes.

Plano de ação

O trabalho reforça as ações do ICMBio e Ibama dentro do Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação dos Quelônios Amazônicos. "A obra objetiva padronizar e nivelar entre os diferentes atores sociais, sejam entidades públicas e organizações não governamentais, as metodologias de manejo e monitoramento populacional de quelônios amazônicos, o que favorecerá análises comparativas das múltiplas variáveis decorrentes dos diversos projetos de pesquisas e monitoramentos afins", disse a coordenadora do Centro Nacional de Conservação e Pesquisa de Répteis e Anfíbios (RAN) do ICMBio, Vera Lúcia Ferreira Luz.

De acordo com a diretora de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo) do Ibama, Ana Alice Biedzicki de Marques, a produção desse material técnico é muito importante porque aborda aspectos socioambientais de monitoramento e conservação a partir do envolvimento das comunidades ribeirinhas nas regiões de ocorrência das espécies alvo de conservação.

O organizador e editor do livro, Rafael Antônio Machado Balestra, analista ambiental do ICMBio, disse que a recuperação e manutenção dos índices populacionais de quelônios amazônicos desejáveis estão condicionadas à continuidade, ao aprimoramento e à ampliação dos trabalhos de proteção, manejo e pesquisa com esses animais. "Essas atividades requerem rigoroso planejamento e revisões periódicas dos procedimentos técnico-metodológicos, validadas e adotados pelas diversas instituições interessadas”, afirmou ele, ao ressaltar a importância do manual.

Serviço:

O manual está disponível em formato digital para download gratuito aqui


II Seminário da Rede de Pesquisa do Camarão-da-Amazônia

II SEMINÁRIO DA REDE DE PESQUISA DO CAMARÃO-DA-AMAZÔNIA: APÓS 15 ANOS: TECNOLOGIAS GERADAS E PERSPECTIVAS FUTURAS 


O Seminário tem com objetivo divulgar os avanços das pesquisas desenvolvidas, apresentar o pacote tecnológico gerado, traçar as próximas metas para avançar na tecnologia e elaborar estratégias de implantação de cultivos nas diversas regiões do Brasil. Além disso, a sede do evento no Pará foi escolhida devido a sua vocação como área prioritária para nuclear a aquicultura familiar com o cultivo do M. amazonicum. Para isso, pretende-se reunir atores envolvidos na pesquisa do camarão-da-amazônia das diversas regiões do Brasil e abrir o evento para as comunidades tradicionais interessadas, setor produtivo, profissionais e alunos que atuam em aquicultura e pesca, assim como Secretarias de Pesca e Aquicultura interessadas em conhecer e fomentar a Aquicultura Sustentável com o uso do camarão-da-amazônia. Será realizada em Bragança, cidade histórica e charmosa da Amazônia.

Mais informações acesse o site oficial: www.aquadados.weebly.com.

Curso de Produção de Tilápia e Camarões Marinhos em Bioflocos - GO

Aprenda a cultivar tilápias e camarões marinhos em água salinizada sem renovação de água. Neste curso você aprenderá dimensionar seu sistema de bioflocos e operá-lo de maneira eficiente. Não perca esta oportunidade!



Data do curso: 27, 28 e 29 de Outubro de 2016. 
Local - SEBRAE GOIÂNIA.

Resumo: O sistema de Bioflocos (BFT) é caracterizado pela produção de organismos aquáticos em condições de alta densidade com baixa ou nenhuma renovação de água.

Em BFT, a matéria orgânica oriunda da sobra de ração e das excretas, é transformada em biomassa altamente proteica através da ação de bactérias que promovem a biorreciclagem da água.

Neste curso, você terá a oportunidade de aprender a dimensionar o seu sistema de Bioflocos, bem como, gerenciá-lo, produzindo peixes ou camarões em locais antes nunca imaginados.


*IMPORTANTE: A inscrição somente será confirmada mediante a confirmação do depósito bancário.


AS VAGAS SÃO LIMITADAS, NÃO DEIXEM PARA ÚLTIMA HORA !


Interessados entrar em contato:

Inovação, empreendedorismo e comunicação são os diferenciais para o jovem se destacar na agropecuária

Uma boa matéria sobre o empreendedorismo, inovação e comunicação como ferramentas de destaque dos jovens no agronegócio. Como o blog incentiva o espírito empreendedor, essa é uma boa entrevista para que os jovens que desejam empreender no agronegócio, sobretudo na atividade aquícola possam ser guiar, acompanhe a leitura a seguir e assista ao vídeo.

Inovação, empreendedorismo e comunicação são os diferenciais para o jovem se destacar na agropecuária

Camila Telles, diretora de comunicação da Comissão Jovem da Federação da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL). Foto: Canal do Produtor.
É importante os pais incentivarem a continuação do trabalho no campo para que os jovens permaneçam no setor agropecuário. Afirmação é de Camila Telles, participante da segunda edição do Programa CNA Jovem e diretora de comunicação da Comissão Jovem da Federação da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL).

Camila concedeu entrevista ao Canal do Produtor TV diretamente do estúdio de televisão montado na 39ª Expointer. Ela comentou que a sucessão familiar é um dos temas abordados em vários eventos do setor agropecuário e que é importante o jovem se preparar para oferecer soluções diferentes que garantam resultados melhores.  
Para Camila a modernização da agropecuária perpassa pelo investimento em comunicação, como a utilização das redes sociais que podem ser utilizadas pelo jovem para defender o agronegócio como o setor merece.

Assista à entrevista na integra:



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

IP cria projeto para auxiliar na preservação da espécie cação-viola

Exemplar de cação-viola. Foto: http://www.fishbase.se/.

São Paulo (SP) - A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Pesca (IP), está desenvolvendo uma pesquisa para colaborar com a preservação do peixe cação-viola, espécie marinha ameaçada de extinção. O projeto, coordenado pelo pesquisador científico da Pasta Venâncio Guedes de Azevedo e conduzido nas dependências do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Norte do IP, em Ubatuba, tem o objetivo de criar protocolos operacionais para a manutenção desses animais em cativeiro. 

O projeto “Manutenção do Cação-viola (Zapteryx brevirostris e Rhinobatos sp.) em Sistemas de Recirculação: um instrumento de conservação” busca criar procedimentos para manutenção desses peixes em cativeiro, visando ao desenvolvimento de estudos científicos com enfoque no desempenho zootécnico da espécie e ainda em suas variáveis hematológicas e bioquímicas. “Já estudamos o efeito de diferentes anestésicos e a avaliação hematológica do cação-viola mantido em sistemas de recirculação de água salgada, a determinação do intervalo de referência dos índices hematimétricos, glicose e creatinina em exemplares adultos”, disse Azevedo. 

“Agora, nosso foco está concentrado em pesquisas para avaliar a influência das diferentes colorações e de substratos dos tanques no bem-estar do animal, em seu desempenho produtivo e fisiológico, além da utilização de técnicas não-letais e não-invasivas para a realização de diagnósticos de animais em cativeiro”, complementou o pesquisador. 

Outro fato que contribui para a relevância da pesquisa é que, nos últimos anos, o número de aquários para a visitação pública no Brasil tem aumentado, mas ainda não há procedimentos-padrão operacionais para melhorar a manutenção destes animais em cativeiro. “Tradicionalmente, a maior parte dos estudos com tubarões e raias são realizados com exemplares mortos. Em razão da dificuldade em realizá-los ‘in loco’, a manutenção destes peixes em cativeiro pode ser útil como uma ferramenta educativa que salienta a importância deste grupo de animais e também para o desenvolvimento de estudos científicos, já que em um ambiente controlado temos um ganho significativo na nossa capacidade de obter dados”, complementou Azevedo. 

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, a pesquisa com o cação-viola vai ao encontro da missão dos institutos da Pasta. “O maior conhecimento sobre a biologia e fisiologia destes animais contribui para sua conservação", disse. 

O cação-viola é um peixe que pertence à classe dos Chondrichthyes, popularmente chamados de raias, tubarões e quimeras. De acordo com Azevedo, as atividades antrópicas e seus desdobramentos como, por exemplo, a pesca e a poluição dos mares, tiveram um grande impacto nas populações destes animais ao longo dos anos. 

“E a situação é preocupante porque essa espécie já foi incluída pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção, que trata de peixes e invertebrados aquáticos. Isso nos chamou a atenção, porque o cação-viola é comumente capturado pelas frotas de arrasto e emalhe”, explicou o pesquisador do IP. 


Para aumentar a produção, setor aquícola precisa ser mais competitivo

O pescado é a proteína animal que vai alimentar o mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)



Atualmente, o setor aquícola movimenta US$ 600 bilhões de dólares e US$ 55 bilhões em exportações anuais, tem um mercado duas vezes maior do que o complexo soja, sete vezes maior do que o negócio de carne bovina, nove vezes maior do que o de carne de frango e 20% maior do que o de calçados.

Apesar da grandiosidade da aquicultura, o Brasil ainda tem muito a caminhar. De acordo com a assessora técnica da Comissão Nacional de Aquicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lilian Figueiredo, o setor carece de competitividade, tanto na questão de preço quanto em relação à qualidade do produto na gôndola do mercado. “Precisamos aperfeiçoar toda a cadeia para que o preço e a disponibilidade do pescado brasileiro melhorem. Hoje, infelizmente, temos menos de 1% da produção mundial aquícola, quando podemos crescer em 104% e produzir, de maneira sustentável, 20 milhões de toneladas por ano, segundo a FAO”, observou.

Lilian apresentou esses dados no II Encontro de Piscicultura da Região do Capim, evento realizado na Exposição Agropecuária de Paragominas (Agropec), no dia 11 de agosto. Em sua palestra, a assessora técnica listrou principais as dificuldades do setor aquícola brasileira: escassez de pesquisas direcionadas ao setor; dificuldade de acesso ao crédito; licenciamento ambiental; assistência técnica deficiente; falta de tecnologia para a produção; faltam foco e continuidade das políticas públicas e baixa qualificação profissional.

Apesar de tantas barreiras, a assessora técnica mostrou que existem muitas condições favoráveis para o crescimento brasileiro. “Temos 12% da água doce disponível no planeta, uma área inundada em represas hidrelétricas que soma mais de cinco milhões de hectares e um litoral de 8.500 quilômetros de extensão”, ressaltou. Destacando ainda o clima brasileiro que é extremamente favorável à produção, em razão de sua tropicalidade; além da alta densidade de espécies e disponibilidade de insumos para alimentação.

Lilian Figueiredo comentou que o Brasil precisa investir em marketing semelhante à carne suína fez. “Dez anos atrás a carne de porco era consumida em uma taxa de 9 kg/habitante/ano. Uma campanha de consumo junto com a facilitação dos cortes da mesma fez com que o consumo aumentasse para 15 kg/habitante/ano”. Segundo a técnica, o setor aquícola precisa se adaptar no que o consumidor brasileiro quer. “Hoje o consumidor está focado em cortes mais requintados e fáceis de fazer. O peixe in natura não tem como crescer no mercado”, finalizou.


V Seminário Amazônias: Trabalho, Territorialidade e Acumulação de Capital



Olá amigos e amigas que acompanham o blog Empreendendo Aquicultura, venhoa qui até vocês com o intuito de divulgar informações e eventos gerais que possam contribuir para o conhecimento de cada pessoa. Portanto, tomei conhecimento desse importante evento que é o  V  Seminário Amazônias com o tema: Trabalho, Territorialidade e Acumulação de Capital, que irá ocorre nos dias 20, 21 e 22 de Setembro de 2016, no Auditório do ICJ - UFPA (Belém, PA). Lembrando que a inscrição é gratuita e online, então não perca tempo é garanta sua participação no evento!




Está aberto o período de inscrição de trabalhos. 

Envio de trabalhos: até 9 de setembro.

Para mais informações: acesse o site ou entre em contato seminarioamazonias@gmail.com / 91 3201-8045.

O Seminário é uma programação regular do Programa de Pós-graduação em Economia (PPGE) da UFPA. Os objetivos centrais do evento são analisar a dinâmica social, econômica e ambiental amazônica e construir a rede de pesquisadores e de instituições voltadas à compreensão da realidade amazônica.