domingo, 14 de abril de 2024

Pesquisa avalia complemento alimentar para piscicultura de pequeno porte

Foto: reprodução/Instituto de Pesca.

“Criação e Implementação de um Modelo Prático para o Uso de Perifíton (alimento natural) como Complemento Alimentar em Piscicultura de Pequeno Porte” é o título de mais um projeto desenvolvido por estudante do Programa de Pós-graduação do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo.

Conduzido pelo mestrando Wesley Theodoro, sob a orientação da pesquisadora Fabiana Garcia Scaloppi, e coorientação da pesquisadora Cintia Badaró Pedroso, ambas do IP-Apta, o projeto visa, como sugere seu título, criar um modelo prático e sustentável para implementar o uso do perifíton como complemento alimentar das espécies cultivadas em pisciculturas de viveiros escavados.

O perifíton é um conjunto de micro-organismos que aderem à superfície de substratos de ambientes aquáticos (pedras, madeiras, rochas, etc.) e servem como alimento para organismos como peixes, moluscos e crustáceos. Para o mestrando, “trabalhar com essa temática gera alguns desafios, por ser um manejo ainda pouco explorado, então nós esperamos conseguir resultados que expliquem com mais detalhes como funciona a dinâmica de alimentação com as espécies testadas”.

Neste mês de março, Wesley, as pesquisadoras e outra mestranda do Programa de Pós-graduação IP (PPG-IP), Daiane Romera, estiveram no local onde está sendo realizado o experimento: a Piscicultura Custódio, localizada no município de Mogi das Cruzes, que, além de disponibilizar o espaço, tem dado todo suporte na condução das atividades da pesquisa.

Para a orientadora, Fabiana, o projeto, quando realizado em piscicultura comercial, amplia as fronteiras do conhecimento e estreita a relação com a cadeia do pescado. “Estamos saindo dos ambientes acadêmicos e buscando soluções práticas do uso do perifíton nos ambientes produtivos”, comenta. A pesquisadora ainda destaca que “além da carpa, o projeto inclui uma avaliação inédita do uso do perifíton na alimentação da espécie nativa Piauçú, Leporinus macrocephalus”.

Fonte: https://souagro.net.

sábado, 13 de abril de 2024

Produção de tilápia cresce em SC aliada a estudos de DNA e peixe se torna queridinho da Quaresma

 No Estado, a cada 10 quilos de peixe de água doce produzidos, 8 são de tilápia.

Rubens Gaulke, produtor de peixes em Pomerode, no Médio Vale do Itajaí. Foto: Evandro de Assis.

A tradição de “secar as lagoas” é comum nessa época do ano em Santa Catarina. Com a ajuda de amigos e vizinhos, criadores de tilápia põem a água barrenta para fora e aproveitam para faturar em tempos em que a carne branca se torna a preferência absoluta dos cristãos. Apesar de 93% dos 31 mil criadores do peixe no Estado serem amadores, segundo a Epagri, um minucioso e profissional estudo de melhoramento genético está por trás do aumento da produção.

Dados de 2015 mostram que foram 30 mil toneladas produzidas em Santa Catarina naquele ano. Em 2022, ano do último levantamento, foram 42,1 mil toneladas, um aumento de 40%. Isso está atrelado a uma linhagem de tilápia chamada de SC04, mais bem-adaptada às características de clima e cultivo nas nossas regiões. Isso ajudou que o Estado, inclusive, se tornasse o quarto maior produtor do peixe em todo Brasil, conforme dados do Ministério da Agricultura. 

A maior eficiência de produção por conta dessa seleção dos melhores indivíduos da espécie possibilita o aumento da oferta e, como consequência, torna a tilápia mais atrativa para a Quaresma em Santa Catarina. Apesar de outros peixes de água salgada terem maior preferencia pelo mercado consumidor em tempos de Páscoa, como o bacalhau, é na carne leve e pouco gordurosa da tilápia que muitos catarinenses encontram a opção para obedecer às tradições cristãs. E tudo isso tem como pano de fundo a oferta de alevinos adequados às condições do Estado.

— Com isso, o projeto de melhoramento de tilápia consegue chegar até o produtor com um animal de ótima qualidade genética para que ele obtenha um bom ganho econômico, atendendo assim a necessidade da cadeia da piscicultura — destaca Bruno Corrêa da Silva, pesquisador da Epagri e coordenador do programa Tilápia SC04.

Nanochips e exame de DNA

Para alcançar esses números, o trabalho de melhoramento genético da tilápia envolve a marcação individual dos peixes pesquisados, por meio de nanochips instalados nos animais. Após a identificação, cada peixe tem um pedaço da nadadeira retirado. Esse material vai para o laboratório de biologia molecular para fazer a análise do DNA e, a partir daí, oferecer insumos para os cientistas.

Só para se ter ideia, um levantamento da Epagri aponta que o ganho em crescimento da tilápia é de 34%, fazendo com que ela se desenvolva mais rápido e, como consequência, seja vendida mais cedo. Entre 2019 e 2022, só para se ter ideia, o lucro operacional por hectare foi de R$ 54,9 mil para os produtores.

— A tilápia virou um peixe da moda porque o filé é carnudo, tem sabor neutro e a espinha fica concentrada bem no meio, fácil de remover. Os cozinheiros e as pessoas em casa têm descoberto cada vez mais a versatilidade da tilápia — analisa o chef alemão Heiko Grabolle, do restaurante Biergarten Pomerânia, um dos estabelecimentos no Estado que aposta no peixe para receitas nesta época do ano.

Quem agradece são os produtores que mesmo sem viver da tilápia, têm no saboroso peixe uma oportunidade de renda extra, caso do casal Lore Wachholz Gaulke e Rubens, que venderam 12 toneladas só na Quaresma do ano passado:

— As tilápias representam 95% das nossas vendas.

Fonte: www.nsctotal.com.br.

sábado, 30 de março de 2024

Programa de melhoramento genético da Epagri usa alta tecnologia para desenvolver tilápias adaptadas ao clima de SC

 

SC produziu 42 mil toneladas de tilápia em 2022 (Foto: Aires Mariga / Epagri).

A Epagri realiza há mais de dez anos o programa de melhoramento genético da tilápia, que resultou na linhagem SC04, adaptada às características de clima e cultivo do Estado. Esse foi um dos fatores que colaborou para que Santa Catarina se tornasse o quarto maior produtor de peixes cultivados do país, apesar de contar com clima e relevo limitantes à atividade. 

Segundo os dados mais recentes publicados no Observatório Agro Catarinense, em 2022 o Estado produziu 42.100 toneladas de tilápia, uma variação de 5,3% em relação ao ano anterior. Ainda segundo o Observatório, a produção de tilápias vem crescendo continuamente no Estado. Os dados iniciais, de 2015, mostram uma produção de 30.020 toneladas. 

O programa de melhoramento genético de tilápias tem objetivo de fornecer matrizes de tilápia melhoradas para os produtores de alevinos de Santa Catarina e do Brasil. Segundo Bruno Corrêa da Silva, pesquisador da Epagri e coordenador do programa, a tilápia Epagri SC04 foi selecionada para obter maior peso final em cultivos intensivos em viveiros escavados nas condições climáticas de Santa Catarina.  

Em dez anos de pesquisa, o ganho em crescimento dos animais ao longo de quatro gerações é estimado em 33,9% pelos pesquisadores. O crescimento médio da linhagem da Epagri nos meses mais quentes (novembro a maio) pode chegar a mais de 4g por dia. Nos períodos mais frios (maio a outubro) a média de crescimento pode chegar a 2g por dia. O rendimento de filé da tilápia Epagri tem sido entre 34 a 37,2%. A rentabilidade média dos cultivos acompanhados entre 2019 a 2022 foi de 32,4% (16,7% a 59,5%). Neste mesmo período, o lucro operacional foi em média de R$54.900 mil por hectare. 


Análise de DNA

Para alcançar resultados tão expressivos, a Epagri vem investindo em alta tecnologia no programa de melhoramento genético da tilápia. Segundo Bruno, esse trabalho envolve a marcação individual dos peixes pesquisados, por meio de nanochips instalados nos animais. Após a identificação, cada peixe tem um pedaço de sua nadadeira retirado, que vai para o laboratório de biologia molecular para fazer a análise do DNA desse animal.

Adriana Pereira, química da Epagri, explica que, além de extrair o DNA, são aplicadas metodologias de biologia molecular para identificar a diversidade genética existente entre os animais e as famílias de reprodutores. Também são identificados os peixes tolerantes ao frio e os mais resistentes a algumas doenças. Os resultados são processados no laboratório e encaminhados ao programa de melhoramento genético, para serem utilizados no direcionamento dos cruzamentos. 

A Epagri mantém também Unidades de Referência Técnica (URTs), que são propriedades de agricultores selecionadas para receberem e testarem as tecnologias desenvolvidas. Nas URTs, os pesquisadores, em conjunto com o produtor rural, repetem a rotina dos piscicultores profissionais, ou seja, cruzam as matrizes selecionadas para obter alevinos que são engordados até o tamanho ideal para comercialização. Assim, os pesquisadores da Epagri conseguem acompanhar o desempenho zootécnico desses animais selecionados e fazem também toda a análise econômica envolvida na atividade. 

“Com isso, o projeto de melhoramento de tilápia da Epagri consegue chegar até o produtor com um animal de ótima qualidade genética para que ele obtenha um bom ganho econômico, atendendo assim a necessidade da cadeia da piscicultura”, avalia Bruno.  

Saiba mais sobre o programa de melhoramento genético de tilápia no folder técnico disponível aqui.


Fonte: https://blog.epagri.sc.gov.br/

sexta-feira, 29 de março de 2024

CNA discute iniciativas para a cadeia da aquicultura

 


Brasília (20/03/2024) - A Comissão Nacional de Aquicultura da CNA discutiu iniciativas para melhoria da cadeia produtiva em reunião na última quarta (20/03/2024).

O presidente da comissão, Francisco Hidalgo Farina, afirmou que construir um plano de ação é fundamental para organizar as demandas e definir as prioridades.

“Queremos trazer estabilidade à cadeia em relação à sanidade, qualidade da produção e, por consequência, mercado. Em uma cadeia ainda tão pequena a possibilidade de crescimento é real. Por isso, precisamos estabilizar a cadeia produtiva e melhorar os custos da produção.”

A regularização de protocolos sanitários de importação de pescados é uma das ações para 2024.

“A iniciativa pretende garantir a sanidade dos animais frente à introdução de doenças exóticas ou emergentes no Brasil e a qualidade do produto que chega à mesa do consumidor”, explicou a assessora da comissão, Kalinka Koza.

A comissão também discutiu licenciamento ambiental, formação técnica e iniciativas para os setores da carcinicultura (criação de camarões) e maricultura (produção de mariscos).

A comissão contou com a participação de representantes das federações de agricultura e pecuária dos estados, da diretora-geral de Aquicultura e Pesca da Embrapa, Daniele Bem Ruiz, e da coordenadora geral da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Aquicultura e Pesca, Luciene Mignani.

Assessoria de Comunicação CNA

Fonte: https://cnabrasil.org.br

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Processamento sustentável de peixe: relatos de casos em indústrias

 


A EMBRAPA lançou recentemente um livro com o tema "Processamento de peixes: aspectos gerais", um livro fundamental para o entendimento sobre o processamento de peixes, bem como as técnicas utilizadas para a manutenção e controle da qualidade dos produtos de origem aquática. 

Resumo: A influência do processamento e da manipulação no padrão microbiológico de filés: estudos de caso com salmão-do-atlântico (Salmo salar) e dourado-do-mar (Coryphaena hippurus). Água de glaciamento em indústria de pescado: uma reflexão sobre o controle de qualidade. Caracterização e minimização do uso de água em indústria de processamento de peixes: estudo de caso (grupo siluriformes e grupo redondos). Caracterização de efluentes de indústria de processamento de peixes nativos: estudo de caso. Gerenciamento hídrico e de resíduos em indústria de processamento de peixes: estudo de caso (atum e sardinha). Caracterização dos efluentes como ferramenta na implementação de medidas de minimização, segregação, tratamento e reúso de efluentes: estudo de caso com processamento de tilápia, sardinha e atum.

Informações: LUIZ, D. de B.; SANTOS, V. R. V. dos. Processamento sustentável de peixe: relatos de casos em indústrias. Brasília, DF: Embrapa, 2024. 239 p.

Download do livro AQUI.


sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Tilápia sustentável: práticas inovadoras otimizam a aquicultura capixaba

Na fazenda aquícola Santa Rita, município de Linhares, tecnologia e sustentabilidade caminham juntos. O sistema de produção é monitorado por um software que controla todos os processos.

A tilápia é uma das espécies de peixes mais cultivadas no Brasil, e no Espírito Santo não é diferente. A produção de tilápia em 2022 cresceu 15,73% e chegou a 5.411 toneladas, colocando o Espírito Santo como 11º maior produtor de tilápia do Brasil. O município de Linhares é responsável por 36% da produção estadual, e está em 44º lugar na produção nacional de tilápia entre os 2.612 municípios produtores, segundo a Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (GDN/SEAG).

Com condições climáticas favoráveis para a aquicultura, disponibilidade de recursos hídricos e terras adequadas para a piscicultura, a cultura torna-se uma opção de diversificação da renda do produtor nas propriedades rurais do Espírito Santo.

“Cerca de 4.900 estabelecimentos agropecuários têm produção dessa espécie, dos quais 70% são da agricultura familiar, portanto, é um arranjo importante. A tilápia corresponde por 99% da produção da piscicultura e gerou mais de R$ 54,3 milhões de renda rural no ano passado. Vale lembrar que a piscicultura ainda se recupera da seca de 2015, que teve influência direta na disponibilidade hídrica, tanto para irrigação das lavouras quanto para a produção de peixes. Mas estamos avançando com mais eficiência no uso de tecnologias sustentáveis no cultivo”, pontuou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.

No Estado, a tilápia é cultivada utilizando vários sistemas de produção, incluindo tanques, gaiolas e sistemas de recirculação de água (RAS). Os tanques são uma escolha comum devido ao seu custo-benefício e adequação para a tilápia. Muitos agricultores no Espírito Santo utilizam tanques para criar tilápias. Lagoas são construídas, abastecidas com alevinos de tilápia e gerenciadas para garantir um crescimento ideal.

A gestão da qualidade da água, a alimentação e o controle de doenças são aspectos essenciais do cultivo em tanques. As tilápias são onívoras e podem prosperar com uma variedade de alimentos. Rações comerciais para tilápia são comumente usadas e os agricultores garantem que os peixes recebam uma dieta balanceada para apoiar seu crescimento e desenvolvimento.

Vagner Fiorot Fereguetti é produtor de tilápia há 20 anos. Na propriedade, tecnologia e sustentabilidade caminham juntas. Ele comentou que conta com um sistema de produção monitorado por um software que controla todos os processos, incluindo todo o consumo de ração usada no cultivo do peixe, assim como o controle de qualidade da água.

“Já somos produtores de tilápia há 20 anos, foram muitos desafios, hoje temos um entreposto de abate com inspeção SIM /SUSAF, e a tilápia não é a única, mas é a principal fonte de renda de nossas famílias. Estamos sempre buscando conscientizar o consumidor em buscar um produto de qualidade, sustentável e de máxima segurança alimentar. É um orgulho ser reconhecido hoje por ter um dos melhores filés de tilápia do Estado”, ressaltou o produtor.

Ainda segundo o produtor, toda a cadeia de produção desde o início com alevinos até o abate e venda o trabalho é realizado pela família e alguns colaboradores, gerando emprego e renda para aproximadamente 20 pessoas envolvidas no processo.

Com um consumidor cada vez mais preocupado com a origem e a sustentabilidade dos alimentos que consome, a tilápia é muitas vezes vista como uma escolha mais sustentável em comparação com algumas outras espécies de peixes devido ao seu rápido crescimento e eficiência no uso de recursos. Fonte saudável de proteínas magras, baixa em gordura e rica em nutrientes como ômega-3, vitaminas e minerais essenciais, os benefícios nutricionais impulsionam ao seu consumo e a sua comercialização no mercado.

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) fomenta a atividade e auxilia o produtor a desenvolver a piscicultura no Estado, comenta a agente de extensão rural do Incaper na área de Aquicultura, Lucimary Ferri. “A piscicultura é uma opção de diversificação da renda do produtor na propriedade e a tilápia representa 90% da produção de piscicultura no Estado. A maioria das propriedades rurais têm tanque de irrigação, água e podem fazer um viveiro, um tanque específico para cultivar o peixe. É um alimento saudável”, ressaltou.

O Espírito Santo também exporta tilápia. De janeiro a agosto deste ano, o Estado exportou quase duas toneladas de tilápias, o que gerou mais de US$ 7 mil dólares. A tilápia capixaba chegou a 14 países, sendo as Ilhas Marshall as maiores importadoras com 30%, seguido pela Libéria (25%), Panamá (10%) e Cingapura (10%).


Produção Sustentável
A produção sustentável de tilápia envolve práticas que minimizam o impacto no meio ambiente, promovem o bem-estar animal, oferecem à comunidade local a proteção econômica a longo prazo. Aqui estão alguns exemplos de práticas sustentáveis na produção de tilápia:

Sistemas de Recirculação Água (RAS): utilização de sistemas de recirculação aquática, que reciclam e purificam a água, reduzindo a quantidade de água necessária para a produção e minimizando o risco de poluição.

Policultura: Combinar a produção de tilápia com outras espécies, como vegetais ou crustáceos, criando um ecossistema equilibrado que otimiza o uso de recursos e reduz os resíduos.

Alimentação Sustentável: Utilização de rações balanceadas e sustentáveis, feitas com ingredientes de fontes responsáveis, minimizando a pressão sobre os ecossistemas naturais.

A temperatura, a qualidade da água e as condições ambientais desempenham um papel crucial no desenvolvimento da produção.

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação da Seag
Priscila Contarini
(27) 3636-3700/ (27) 99645-4694
comunica.seag@gmail.com

Fonte: https://www.es.gov.br/.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Mutirão solta 150 mil peixes em municípios de Sergipe

 

Foto: Carlos Alberto Coutinho / TG

Os festejos de Bom Jesus dos Navegantes no Baixo Rio São Francisco, em Sergipe, tiveram um toque especial. Um mutirão de repovoamento de espécies nativas soltou 150 mil peixes em três municípios da região neste fim de semana.

No sábado (20/01/24), 50 mil alevinos e pós-larvas de curimatã, pacamã e camarão-pitu foram lançados no Rio São Francisco em Gararu. Já no domingo (21/01/24), mais 100 mil alevinos das mesmas espécies foram soltos em Santana do São Francisco e em Ilha das Flores, com cada município recebendo 50 mil espécimes.

Realizadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), as ações de repovoamento, chamadas regionalmente de peixamentos, visam recompor e manter os estoques pesqueiros na Bacia do São Francisco. Realizado em parceria com as prefeituras locais, esse processo contribui para a economia da região, ao manter a pesca nos locais beneficiados.

Fonte: www.agrolink.com.br/.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Da cooperação à liderança: Paraná é referência com 40% da produção nacional de tilápia

Alavancada pelas cooperativas, produção de tilápias do Paraná ganha o mundo. Foto: Jonathan Campos/Agência de Notícias do Paraná.

A produção de tilápias no Paraná contrariou recomendações técnicas, alertas para riscos de cultivo de uma espécie originária de região tropical da África e sobre as diferenças nas condições climáticas no estado. Teve ainda quem apontasse os desafios de mercado para aceitação do produto, além do desconhecimento sobre o manejo, quando os primeiros exemplares que desembarcaram em território paranaense, há cerca de 50 anos.

Com a introdução da espécie no estado, a partir do litoral, com incentivos firmados pela extensão rural, a produção avançou até ganhar escala comercial. “Foi difícil e desafiador, mas ganhou proporções e reconhecimento. O Paraná se transformou em uma referência não apenas para o Brasil neste cultivo”, comenta Taciano Maranhão, Engenheiro de Pesca que é um dos pioneiros nos estudos e no cultivo da espécie no Paraná.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta para uma produção que totaliza 161,5 milhões de exemplares do peixe, consolidando crescimento de 75% no plantel, no período de 2017 a 2022. No último ano, o Paraná contava com 92,4 milhões de tilápias.

“Era evidente que teria que evoluir para transformação da matéria-prima destinada à indústria, e o oeste do Paraná teve um papel importante nesta tendência. Em 2005, a Copacol, tradicional cooperativa do agro com grãos, aves e suínos, fez um estudo de alternativas de atividades para os seus cooperados, para terem uma renda complementar. Por análise de plano de negócio, nos aspectos econômicos e de estratégia, elencaram a piscicultura. Deu muito certo”, evidencia o veterinário Rui Donizete Teixeira.

A Copacol Aquicultura nasceu em 2008 a partir de um complexo verticalizado com indústria de processamento, fábrica de ração e centro de produção de alevinos. “E com o compromisso de compra da produção de matéria-prima dos cooperados. Foi nesse momento que efetivamente começou o processo industrial em cooperativa”, completa Teixeira.

E essa liderança isolada na produção deixou o Paraná muito a frente do segundo colocado, o estado de São Paulo. Foi do estado vizinho que a inspiração chegou para a produção paranaense, nos anos de 1980 e 1990. Por lá, a produção alcançou um número próximo de 53 milhões de exemplares em 2022.

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domingo, 7 de janeiro de 2024

Governo Federal lança programa para impulsionar o setor e fortalecer a politica aquícola

O ProAqui vem para promover a expansão produtiva, comercial e competitividade da aquicultura brasileira


No primeiro ano de gestão, a Secretaria Nacional de Aquicultura realizou um extenso trabalho de reconhecimento e análise das demandas do setor, visando desburocratizar e impulsionar o avanço da aquicultura. Como resultado desse trabalho, foi criado o Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura - ProAqui.

O principal objetivo do ProAqui é fortalecer institucionalmente a política aquícola, promovendo a melhoria da governança e o estabelecimento de estratégias para a expansão produtiva e comercial com competitividade. Para alcançar esse objetivo, o programa conta com o envolvimento e a articulação das entidades do setor aquícola, da sociedade civil e do Governo.

A criação do ProAqui foi estabelecida pelo Decreto nº 11.852, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2023, que considerou amplamente o Plano Nacional de Desenvolvimento da Aquicultura (PNDA). O PNDA, elaborado em 2022, coletou demandas e debates de diversas partes do setor aquícola, como associações de produtores, universidades, gestores, movimentos sociais e aquicultores.

Destaca-se no Decreto a previsão do art. 4º, que estabelece que as 15 ações prioritárias orientarão a elaboração do plano nacional, sempre ouvindo as entidades representativas do setor aquícola e da sociedade civil. Dessa forma, a efetivação do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável ocorrerá de forma colaborativa, com a participação social, proporcionando maior visibilidade da importância da Aquicultura para o país. Além disso, fortalecerá a confiabilidade internacional em nosso pescado, demonstrando nossas propostas ao mercado externo e aos investidores.

A instituição do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura marca um importante avanço na valorização da produção de organismos aquáticos no desenvolvimento do país. Sua relevância é especialmente destacada quando se considera o futuro da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros em relação às fontes de proteína.

Com maior respaldo institucional e estratégico, a Secretaria Nacional de Aquicultura inicia o exercício de 2024 com foco em consolidar, qualificar e impulsionar o crescimento do setor aquícola brasileiro. O programa ProAqui representa um marco na sensibilização para a importância da aquicultura e no desenvolvimento sustentável do país.

Fonte: www.gov.br/mpa/

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Curso EAD: Bem-estar na Aquicultura de Camarão

 


Você trabalha na indústria da carcinicultura? Ou é estudante da área de aquicultura? Então esse treinamento online gratuito é para você!

Os cursos on-line de bem-estar do camarão irão orientá-lo sobre como implementar práticas de bem-estar em sua rotina diária, desde o incubatório até o abate.

Você terá acesso a cursos sobre indicadores de bem-estar do camarão, nutrição, saúde, meio ambiente, comportamento e abate humano. Após concluir cada curso, você tem a opção de fazer um teste final e obter um certificado gratuito de conclusão.


Introdução


Neste curso, apresentaremos os indicadores de bem-estar relacionados à saúde, nutrição, meio ambiente e comportamento. Também mostraremos como pontuar cada indicador de bem-estar usando um sistema de escores de três níveis: escore 1 – bom; escore 2 – moderado, escore 3 – ruim.


Conteúdo do Curso

  • O que são indicadores de bem-estar?
  • Indicadores nutricionais
  • Indicadores ambientais
  • Indicadores de saúde
  • Indicadores comportamentais
Acesse o curso: AQUI.

domingo, 15 de outubro de 2023

Curso online: Como criar ostras, vieiras e mexilhões - Instituto de Pesca

 


Data: 10 de novembro

Horário: 9h às 17h

Público-alvo: produtores, estudantes, técnicos da área e público em geral.

Inscrição: clique aqui.

Vagas: 25 

Investimento: R$ 150,00.

*Para estudantes e maiores de 60 anos, preço promocional de R$ 100,00.

 

Resumo: O curso se destina ao público leigo apreciador do consumo de moluscos e interessado em conhecer um pouco mais sobre como são produzidos as ostras, mexilhões e vieiras, as vantagens do seu consumo e os cuidados que se deve ter ao comprar ou consumi-los. Também é direcionado a produtores ou que desejam iniciar o seu cultivo e gostariam de conhecer um pouco mais sobre esses moluscos e o seu mercado. 


Coordenação: Dr. Helcio L. A. Marques (Pesquisador Científico - IP)                       

Informações: Caso tenha alguma dúvida ou dificuldade em relação à inscrição, entre em contato com a Fundag pelo e-mail: eduardo.freitas@fundag.br ou pelo telefone: (19) 3739-8035. 

Dúvidas em relação ao curso, entre em contato com o Prof. Dr. Helcio, coordenador do curso, pelo telefone (19) 99604-2601.

Programação

09h – Apresentação do curso e dos participantes


09h15 – Biologia de ostras


09h45 – Aspectos da criação de ostras


10h30 – Biologia de vieiras


11h – Aspectos da criação de vieiras


12h às 14h - Intervalo


14h – Biologia de mexilhões


14h30 – Aspectos da criação de mexilhões


16h – Aspectos sanitários da criação, comercialização e consumo de moluscos


17h – Encerramento

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Com crescimento expressivo em SP, piscicultura brasileira comemora aumento nas exportações

Cadeia bem estruturada faz tilápia ser a líder em produção e vendas externas do país

Tilápias. Foto: Vecteezy.com

O Brasil se destaca como um dos países com um imenso potencial de expansão na piscicultura em águas continentais na escala global. Esse cenário favorável não apenas decorre da sua vasta reserva de água doce, que é a maior do mundo, mas também se justifica pela abundante oferta de grãos para a produção de rações e pela presença de uma cadeia produtiva já bem estruturada.   

Um estudo realizado pela Embrapa Pesca e Aquicultura, em colaboração com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), revelou que o faturamento das exportações da indústria de piscicultura do Brasil aumentou em 15% durante o ano de 2022, atingindo um total de U$S 23,8 milhões. Esse desempenho representa o maior marco histórico alcançado pelo setor.  

A espécie de peixe mais significativa em termos de vendas para outros países é a tilápia (Oreochromis niloticus), que teve um notável crescimento de 28% nas exportações em comparação ao ano de 2021, atingindo um montante total de 23,2 milhões de dólares. Quarto colocado nacional entre os estados com maior participação nas exportações de tilápia, São Paulo registrou, em 2022, crescimento de 127% em relação ao ano anterior - o maior aumento observado. A liderança é do Paraná, que contribuiu com 58% do valor total exportado, seguido por Mato Grosso do Sul, responsável por 18%, e Bahia, com uma participação de 11%. Nacionalmente, as projeções indicam que as vendas continuarão a crescer em 2023, com expectativas otimistas tanto para o mercado interno quanto para o externo, com destaque para as exportações de tilápia inteira e filés congelados.   


Aumento na produção de peixes de cultivo 

No ano de 2022, a produção de peixes de cultivo no Brasil alcançou a marca de 860.355 toneladas, resultando em uma receita estimada de aproximadamente R$ 9 bilhões. Nos últimos anos, o setor registrou um aumento significativo, de 48,6%, passando de 578.800 toneladas em 2014 para o montante atual. Essa atividade econômica gera ainda cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo os dados fornecidos pela Peixe BR.  

O Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores produtores globais de tilápia, sendo a espécie responsável por abranger 64% da produção total do país. Os peixes nativos, com destaque para o tambaqui, contribuem com 31% do total produzido nacionalmente, enquanto outras variedades representam 5%.  

Ainda conforme a Peixe BR, São Paulo é atualmente o segundo maior produtor nacional tanto de peixes de cultivo em geral, com 83.400 t, quanto de tilápia, com 77.300 t produzidas em 2022. Nos dois quesitos a liderança é do Paraná, com uma produção total de 194.100 t de peixes de cultivo no ano passado.  

Segundo a diretora-geral do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, Cristiane Rodrigues Pinheiro Neiva, o aumento da produção, principalmente da tilápia, gera benefícios para cadeia de valor da piscicultura. Isto se dá pelo incremento de empresas e produtores interessados na produção da espécie, seja em reservatórios no modelo de tanque-rede, seja pela produção de alevinos em viveiros escavados, seja na utilização de novas tecnologias de produção. “No Instituto de Pesca, esta espécie vem sendo amplamente estudada, principalmente em relação aos aspectos de sua sanidade, com objetivo maior de produção de vacinas; desenvolvimento de kits de diagnóstico de doenças emergentes; probióticos e prebióticos; e desenvolvimento de rações que possam melhorar e baratear o custo final de produção”, ressalta Cristiane. 

Fonte: www.pesca.sp.gov.brPor Adressa Claudino – Instituto de Pesca.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Descoberta de pesquisadores da UFLA oferece solução inédita para o processo de produção de tilápias

 

Exemplar de tilápia. Foto: UFLA.

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) patentearam uma tecnologia que oferece diversas vantagens para os produtores de tilápias. Essa técnica diminui os custos de criação, possibilitando uma mercadoria mais barata, reduz os impactos ambientais, despejando menor quantidade de resíduo químico nos tanques de produção, e melhora a qualidade do produto final, diminuindo a chance de acúmulo de hormônio na carne do pescado. Aperfeiçoando o método de reversão sexual, que já é comumente empregado na indústria, essa nova formulação conseguiu obter todos esses benefícios.

Elaborada em laboratório, ela tem o potencial de transformar a indústria da aquicultura no Brasil e no mundo. Por meio dessa tecnologia, a substância química responsável pela masculinização de peixes, a metiltestosterona, é encapsulada em uma molécula de ciclodextrina. O produto dessa junção, chamado cientificamente de complexo de inclusão, ao se dissolver mais lentamente em água, diminui a demanda hormonal, conforme evidenciaram os testes in vitro, possibilitando a redução de custos, menor degradação ambiental e um produto mais saudável.

Segundo a professora Luciana de Matos Alves Pinto, uma das inventoras, com o apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica da UFLA (Nintec), esse novo método, patenteado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), começará a ser oferecido a empresas e a indústrias do setor da aquicultura. O objetivo é apresentar todas as vantagens dele em comparação ao uso da metiltestosterona pura, ou seja, a forma não encapsulada.

Mas, qual é o propósito de reverter o sexo da tilápia? Os motivos são diversos. Os peixes machos são mais resistentes a doenças, menos agressivos, apresentam uma maior uniformidade de tamanho na coleta final e crescem mais rápido. Existem várias maneiras de realizar a reversão sexual dessa espécie. A técnica mais utilizada é a com hormônio. Nela, adiciona-se o hormônio masculinizante na ração dos peixes, quando eles são ainda muito jovens. Com o tempo, crescem machos. A tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores da UFLA melhora esse método diminuindo a demanda total do hormônio responsável pela reversão.

Os peixes produzidos com essa técnica são mais saudáveis para consumo humano, o que é um grande atrativo para clientes preocupados com a qualidade dos alimentos. A redução dos impactos ambientais também é um ponto positivo, ao diminuir a quantidade de resíduos químicos despejados nos tanques de produção. O preço mais baixo também é uma vantagem. Todos esses benefícios, conforme explica a pesquisadora Luciana, “poderão impulsionar ainda mais o mercado de tilápias”.

A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Agroquímica pela orientação da professora Luciana de Matos Alves Pinto, com o então mestrando Lucas Bragança de Carvalho. Além deles, o professor Luis David Solis Murgas, a professora Ana Paula Peconick, ambos da UFLA, o professor Tiago Venâncio, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e a mestranda Aline Ferreira Souza de Carvalho contribuíram em diferentes partes do estudo que resultou nessa nova tecnologia de reversão sexual de peixes. Todos eles são inventores dessa patente registrada pela UFLA.

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.